Dra. Nadia Bossa

FREUD: O PAI DA PSICANÁLISE

  Vou aproveitar esse Dia dos Pais para falar um pouco sobre o chamado “pai da psicanálise”: Freud.

    Tenho certeza de que você já ouviu falar sobre ele, mesmo não pertencendo à área da Psicologia. Sigmund Schlomo Freud, ou Freud para os mais íntimos, foi um famoso neurologista e psiquiatra austríaco nascido em 1856. Se formou em Medicina na Universidade de Viena e recebeu o título de “pai da psicanálise” depois de formular diversas teorias que reverberam até os dias de hoje. Freud foi pioneiro nos estudos do inconsciente, bem como se tornou referência nas temáticas da sexualidade infantil e das interpretações de sonhos.

    Existe um grande equívoco nos estudos sobre o entendimento freudiano, dados por um raciocínio errôneo de que, para o autor, o consciente e o inconsciente são ambientes que fogem da compreensão. A consciência, para Freud, se concretiza como sendo um órgão sensorial, de pensamentos, e para a avaliação de qualidades psíquicas. Ele entende que, na verdade, a consciência se torna esse mistério não para o analista, mas para o analisando, que a enxerga com as vertigens de quem olha sua consciência pela ótica de si mesmo. Essa explicação, inclusive, nega um mito da psicanálise: o de que os estudos se findam no inconsciente, e chegam até o entendimento sobre o consciente.

    Para o acesso ao inconsciente, Freud primeiramente se tornou adepto do método da hipnose, escolhido justamente pela dificuldade dos pacientes de chegarem às suas dores e sofrimentos de maneira direta. Com isso, a hipnose possibilitaria a derrubada dos muros da resistência à causa do sofrimento. O paciente sob a hipnose conseguiria, então, verbalizar seu mundo interior pela livre associação. As limitações desse método foram percebidas por Freud, que o abandonou depois de um breve período de utilização – o psicanalista entendeu que o método mais impedia a verbalização do que a incentivava.

    Depois da divisão de consciente e inconsciente, conhecida como Primeira Tópica, Freud evoluiu seus estudos para o entendimento da Segunda Tópica: o aparelho psíquico freudiano, agora, se divide em Id, Ego e Superego. O Id, primeiramente, é a parte do psiquismo mais primitiva, mais dependente das vontades e desejos, que não consegue se submeter aos freios morais. O superego é o seu oposto: serve com uma barreira sólida para os instintos. O Ego, por sua vez, funciona como uma ponte de mediação entre essas duas instâncias psíquicas.

    Outro ponto importante da obra de Freud- a sexualidade infantil- foi uma temática que chocou (e ainda choca) os que desconhecem a profundidade de sua obra. Na verdade, existe um grande problema na compreensão dos estudos freudianos quando falamos sobre sexualidade e energia sexual. A energia sexual, para Freud, seria a energia vital que nos move, visto que, como seres humanos, ainda somos animais. Dessa forma, a sexualidade em Freud diz respeito a uma dissipação do prazer por todo o corpo, que é descoberta pela criança durante seu desenvolvimento. Durante esse processo, essa satisfação se divide em partes diferentes da estatura.

    Apesar da teoria psicanalítica ter sido atualizada por outros teóricos, como Klein, Winnicott e Lacan, podemos ver o tamanho da contribuição de Freud para a psicologia e para a psiquiatria, abordando temáticas que, apesar de chocantes, revolucionaram o campo, tendo sua importância reconhecida até os dias de hoje.

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